Fui a Calcutá

Fui e estava longe de imaginar como ia ser.

Na sexta fui com um grupo de amigos ver o musical Calcutá.

Fui ver quase todos os espetáculos da Matilde Trocado e este, para mim, é o melhor! 

A evolução brutal na qualidade do espetáculo, a forma como transmite sensações, opiniões e sentimentos deixou-me... arrasada!

Eu sabia que este musical era uma forma de evangelização mas estava longe, muito longe, de imaginar o quão forte é.

Nunca pensei sentir-me pequena, arrogante até, ao perceber que o meu tempo não é mais precioso do que o dos outros... nunca pensei sentir tantas saudades do Pe. Ricardo... nunca pensei relembrar como se estivesse a viver o momento de pânico, da frustração e do medo que senti em Marienfield na JMJ de Colónia...

Ao ver o musical senti a angústia de alguém que quer transmitir alguma coisa e não sabe como... e isso acontece-nos tantas vezes... Não terá também acontecido a Jesus?

E ao mesmo tempo, a paz que sinto cada vez que rezo o terço quando estou a caminho de algum lado, a comunhão com Deus e com toda a Igreja cada vez que nos juntamos numa oração.

Mas falta-me muito... falta-me largar as minhas coisinhas, e não só ajudar por caridadezinha, falta-me ser persistente em vez de teimosa, falta-me marcar uma hora para largar tudo e correr para Jesus, falta-me fazer coisas pequenas!

Nunca ninguém me tinha dito isto assim... falta-me esta consciência de que não sou eu que tenho de fazer tudo, não sou eu que sou a maior, não sou eu... é Deus! É Deus nas coisas pequenas!

Nunca pensei que ia chorar tanto, que a seguir precisaria de rezar, de falar muito sobre tudo e nada. Nunca pensei que Santa Teresa me ia suportar tanto na fé.

Senti-me e sinto tão pequena desde sexta... Santa Teresa, reza por mim!

«O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o amor; o fruto do amor é o serviço; e o fruto do serviço é a paz»