Há 13 anos atrás acordei de forma diferente. Tinha uma
namorada! E a minha namorada fazia anos!
Já tinha preparado uma festa especial
para este dia antes dela ser a minha namorada. “Só” por ser a minha melhor
amiga. Ela já era especial!
Era um segredo que tínhamos, o de sermos namorados.
Lembro-me tão bem – apesar de terem passado 13 anos – do que senti nesse dia,
do beijo que demos quando nos vimos, da primeira vez que passeámos juntos de
mãos dadas. As mãos ainda não se encaixavam totalmente uma na outra. Ainda não
sabíamos se eu preferia ir do lado direito ou do lado esquerdo. Se a mão ficava
por cima ou por baixo se os dedos ficavam entrelaçados ou todos juntos.
Mas tirando isso, ainda havia TANTA coisa que não sabíamos.
Havia todo um mundo a descobrir.
Nestes 13 anos fui descobrindo quem era esta minha namorada.
Arrisco a dizer que ela própria foi descobrindo quem era….
Mas ainda mais especial do que isso foi o facto de podermos
descobrir quem é que ela poderia ser! Quem é que “nós” poderíamos ser!
Essa é a “magia” de uma relação: ajudarmo-nos a descobrir
quem poderemos ser! Ajudarmos o outro a querer todos os dias mostrar o seu
melhor lado!
Há 13 anos isso era fácil. Só havia o melhor lado. Depois,
de uma forma intervalada houve o menos bom. Depois houve o mau. Depois houve o
verdadeiramente mau. Depois houve o péssimo. Quebramos barreiras e mostramo-nos
como somos.
Mas construímos uma vida a dois e, por isso, também houve
momentos bons. Momentos verdadeiramente bons. Momentos ainda melhores. Momentos
fantásticos. Momentos espectaculares. Houve momentos de eternidade. Houve
momentos para a vida inteira!
Hoje, 13 anos depois, esta mulher que hoje faz anos, não é a
mesma miúda de 22 anos. Apesar de não deixar de o ser….
É uma versão 1.35 dessa miúda, com upgrade, novas
funcionalidades, alta resolução, possibilidade de andar para trás e para a
frente, ecrã táctil, sistema toutch, bateria de longa duração, bom alcance de
rede, wi fi, dados móveis ilimitados, armazenamento ilimitado, múltiplas apps
instaladas,…
Hoje, esta miúda, a minha miúda, faz anos. E eu, apesar de
também não ser o mesmo de há 13 anos atrás, sinto o mesmo frio na barriga e a
mesma vontade de lhe dar a mão e de mostrar a toda a gente que já sabemos
perfeitamente como é que a nossa mão se entrelaça, já sabemos outros segredos
da nossa vida e vivo feliz, à espera de descobrirmos juntos, tudo o que a vida
ainda tem para nos ensinar: a mim e à minha – eterna - namorada!
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