quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Devo ser eu... só posso ser eu!

Eu já contei várias vezes aqui no blog que tenho mau feitio, que sou respondona, teimosa. Sou essas coisas todas e há coisas que odeio que façam, mas que muitas vezes fico calada só porque não estou para me chatear.

Se há coisa que a maternidade tem de bom também é isso: passamos a desvalorizar o que realmente não interessa nada e que há guerras que não vale a pena serem compradas.

Aprendi esta com alguma experiência até...

Mas há coisas que me deixam... triste?!?!... a pensar?!?!... Há pessoas à minha volta que acham que são as mais infelizes do mundo porque têm isto, têm aquilo, morreu o gato, dói-lhes as costas, ou têm problemas realmente graves e têm todo o direito de ser as mais infelizes. Mas NUNCA me perguntaram se eu tenho alguma dessas coisas.

No outro dia peguei-me com uma pessoa por causa de uma coisa estúpida (estúpida mesmo podia ter sido uma daquelas alturas em que podia - e se calhar devia - ter estado calada) e depois disseram-me: - Tens de dar-lhe um desconto, foi despedida e blá, blá... E eu respondi: E então? Ela não sabe se eu tenho uma doença grave mas não aparento...

Aliás, a maior parte das pessoas à minha volta que sofre desse mal de infelicidade e de um peso aterrador nos ombros nunca me perguntou se eu durmo bem (dado que com duas crianças pequenas é dificil), se no meu trabalho está tudo bem (dado que estamos em crise há anos e fecharam não sei quantas empresas), se está tudo bem comigo (ou se sofro de algum tipo de ansiedade). Não me perguntaram nada porque essas pessoas estão demasiado ocupadas a acusar-me de ser uma insensível que não presto atenção às suas dores e aos grandes problemas que elas têm.

E enquanto andarmos nisto, de que só alguns é que têm problemas realmente graves e que lhes dá todo o direito de serem muito infelizes e de não ajudar quem pede ajuda - aqueles insensíveis que não deve ter problemas nenhuns porque precisam simplesmente que o mundo continue a girar porque TEM de ser, como eu - parece-me que vou continuar a sentir esta revolta, de vez em quando... 

Mas a vida faz-se, sem guerras - que eu não as compro - e sem problemas nenhuns (pelo menos os meus de certeza que não são assim tão importantes - são inexistentes, vá!). Eu cá continuo na boa!

(Ai já dizia o outro: a maior doença da humanidade é a umbiguite...) 


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